Bebê precisa de rotina para se sentir seguro e aprender

Rotina parece coisa de adulto, mas os bebês também se beneficiam de dias bem planejados. Mesmo os mais novinhos precisam seguir um certo cronograma para que se sintam seguros e mais confortáveis para explorar o mundo.

A terapeuta familiar e especialista em autoconhecimento e inteligência comportamental Heloísa Capelas explica que a rotina tem seu lado positivo e negativo. O lado bom é auxiliar as pessoas a se organizarem melhor. Já o ruim consiste em cercear novas possibilidades e, portanto, um pouco da espontaneidade e flexibilidade. “Mas o bebê que está crescendo, criando neurônios e fazendo sinapses, precisa de rotina para que se sinta seguro. E isso ajuda no seu aprendizado”, afirma.

Mas por que o bebê se sente mais seguro seguindo uma rotina? É simples: ele sabe que após acordar, irá abrir os olhos e encontrar a mamãe. Em seguida irá mamar, será trocado e terá as suas necessidades atendidas ao longo do dia.

Quando não há uma rotina estabelecida, o pequeno fica o tempo todo alerta. “Já com a segurança da rotina, ele fica mais tranquilo. Durante um passeio, por exemplo, pode olhar a cor das flores, ouvir o barulho dos passarinhos e brincar com o cachorro”, diz a especialista. “Ele tem sua vidinha mais ou menos controlada e sabe que daqui a pouco será amamentado e irá descansar”, completa.

ROTINA, INTELIGÊNCIA E APRENDIZAGEM

A estabilidade da rotina permite que a criança use sua inteligência e capacidade para construir novas conexões e sinapses no cérebro. Assim, explora o mundo a articula novos aprendizados, o que contribui para que se torne um adulto mais seguro, organizado e articulado.

A rotina tem, ainda, duas outras funções importantes para o bebê: ajudá-lo a compreender o espaço onde vive e a lidar com limites. “A rotina ajuda a criança a interagir com o mundo pois ela está segura, tranquila. Assim, ela pode se preocupar apenas em aprender e crescer. Afinal, esse é o único serviço dela”, comenta Heloísa.

No que diz respeito a limites, a rotina auxilia o bebê a entender que há certas “obrigações” a serem cumpridas, como tomar banho todos os dias ou dormir na própria caminha durante a noite. Além disso, ajuda aos pais a viver com qualidade mesmo quando a criança ainda é muito pequena. Afinal, viver em função dos filhos não faz bem para ninguém. Organizar horários é, então, forma de dar conta das necessidades do pequeno e reservar um tempinho para si.

O próprio bebê dá sinais quando não há uma rotina estabelecida. Ele demonstra irritação quando não se alimenta no horário correto ou quando sua soneca está atrasada, por exemplo. “Em um ambiente instável, a criança fica mais irritadiça e dá até mais trabalho. A rotina é um cuidado importante que os adultos dão para as crianças”, defende.

Embora a rotina seja importante, Heloísa reforça: nada de neura. É preciso ter um pouco de flexibilidade para que a criança aprenda a se adaptar e possa, inclusive, expressar um pouco de sua criatividade. Nos finais de semana, por exemplo, pode visitar a casa dos avós e passar um dia diferente. Às vezes, pode ficar com a babá durante a noite para que os pais saiam para passear.

As adaptações, portanto, fazem parte da rotina. O indispensável, no final das contas, é a segurança e o cuidado.  Não importa em qual ambiente a criança se insere. Se há uma rotina e, portanto, um senso de pertencimento, ela se transformará em um adulto seguro”, finaliza.

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